Retrospectiva 2014
O que aconteceu de melhor e de pior no mundo digital
1) 4G de boa qualidade pode aparecer em 2015
Finalmente! Este ano nós pudemos definitivamente
navegar em 4G com uma qualidade, digamos, razoável. Implantado aos
trancos e barrancos no Brasil em 2013, o 4G desagradou muitos usuários
no início. Isso sem contar que o serviço era bastante caro. Mas este
cenário mudou em 2014; praticamente todas as operadoras já oferecem
pacotes de serviço 4G e os preços não são mais tão abusivos.
Este ano foi também finalmente realizado o leilão da faixa dos 700 megahertz para o 4G – considerado o "filé mignon" da
tecnologia por impulsionar o alcance da internet móvel. Mas, por
enquanto, o 4G brasileiro só funciona no espectro de 2,5 gigahertz.
Enquanto a frequência de 2,5 gigahertz tem mais capacidade, porém raio
de cobertura menor (f=1/P), a de 700 megahertz tem maior abrangência e necessita
de menos antenas (f=700 Mhz, maior cobetura)
Mas o resumo dessa história é que, apesar do segundo
leilão do 4G já ter sido realizado, a expansão da internet 4G deve
começar somente a partir de 2017. Segundo a Anatel, a medida faz parte
do próprio edital do leilão, já que para implantar a nova frequência, é
preciso "limpar" a faixa de 700 megahertz, ocupada atualmente pelas
emissoras de TV aberta. Esse processo de migração, no entanto,
acontecerá de maneira gradual e deve iniciar no final no 2015, de
município em município.
Sendo assim, em 2015, sim, teremos 4G. Talvez um pouco melhor à medida
em que as operadoras aprimoram suas redes, mas provavelmente ainda não
na faixa “filet mignon” dos 700 megahertz.
2) Depois de 10 anos, Marco Civil da Internet foi aprovado
O projeto surgiu em 2009 e foi aprovado na Câmara dos deputados em 25 de março de 2014 e no senado federal em 23 de abril de 2014, sendo sancionado logo depois por Dilma Rousseff.
A ideia do projeto, surgida em 2007, foi adotada pelo governo federal em função da resistência social ao projeto de lei de cibercrimes conhecido como Lei Azeredo, muito criticado sob a alcunha de AI-5 Digital. Após ser desenvolvido colaborativamente em um debate aberto por meio de um blog, em 2011 o Marco Civil foi apresentado como um Projeto de Lei do Poder Executivo à Câmara dos Deputados, sob o número PL 2126/2011. No Senado, desde 26 de março de 2014 o projeto tramitou sob o número PLC 21 de 2014, até sua aprovação em 23 de abril de 2014.
O texto do projeto trata de temas como neutralidade da rede, privacidade, retenção de dados, a função social que a rede precisará cumprir, especialmente garantir a liberdade de expressão e a transmissão de conhecimento, além de impor obrigações de responsabilidade civil aos usuários e provedores.
Demorou, mas saiu. Depois de tramitar por mais de 10
anos, o Marco Civil da Internet foi finalmente aprovado. O projeto
determina os direitos e responsabilidades dos internautas brasileiros e
dos provedores de internet e serviços online.
Os principais direitos do usuário são:
- garantia de não violação da vida privada;
- a qualidade da conexão deve estar alinhada com o contratado;
- e dados pessoais só podem ser repassados a terceiros se o internauta autorizar – ou em casos judiciais.
- Além disso, a neutralidade da rede garante que as operadoras ficam proibidas de vender pacotes de internet pelo tipo de uso. Assim, o provedor de acesso deve tratar da mesma forma todos os pacotes de dados, sem distinção por conteúdo, serviço ou aplicativo.
Com o Marco Civil, os provedores de internet e de
serviços agora só serão obrigados a fornecer informações dos usuários se
receberem uma ordem judicial. E mais, a empresa que fornece conexão
nunca poderá ser responsabilizada pelo conteúdo postado por seus
clientes. Já quem oferece serviços como redes sociais, blogs e vídeos
corre o risco de ser culpado se não tirar o conteúdo do ar depois de
avisado judicialmente.
O Marco Civil prevê ainda a preferência por
tecnologias, padrões e formatos abertos e livres, e a de se estimular a
implantação de centros de armazenamento, gerenciamento e disseminação de
dados em território nacional.
A ideia é promover a qualidade técnica, a
inovação e a difusão das aplicações de internet, sem prejuízo à
abertura, à neutralidade e à natureza participativa.
2014 marcou o fim desta novela e uma vitória para a internet brasileira.
3) O adeus da Nokia
Em 3 de setembro de 2013 a Microsoft Corporation, compra a divisão de aparelhos móveis da Nokia por cerca de US$ 7,2 bilhões a Microsoft Brasil ganha a vantagem da fabricação local ao ingressar no crescente mercado local de smartphones. - que já superou o de celulares simples. - Desde 1998, a Nokia, que tem 2 mil funcionários no país, conta com uma fábrica na Zona Franca de Manaus (Por dentro da fábrica da Nokia em Manaus).
A Microsoft passou a controlar a Divisão de Dispositivos e Serviços da Nokia a partir do dia 25 de abril de 2014 e Microsoft Mobile é o novo nome.
Em outubro de 2014, a marca de telemóveis desaparece.
Uma companhia start-up ou startup é uma empresa
com um histórico operacional limitado. Essas empresas, geralmente
recém-criadas, estão em fase de desenvolvimento e pesquisa de mercados. O
termo se tornou popular internacionalmente durante a bolha da internet, quando um grande número de empresas ponto com foram fundadas.
Uma startup é uma empresa nova, até mesmo embrionária ou ainda em fase de constituição, que conta com projetos promissores, ligados à pesquisa, investigação e desenvolvimento de ideias inovadoras. Por ser jovem e estar implantando uma ideia no mercado, outra característica dela é possuir risco envolvido no negócio. Mas, apesar disso, são empreendimentos com baixos custos iniciais e são altamente escaláveis, ou seja, possuem uma expectativa de crescimento muito grande quando dão certo. Algumas empresas já solidificadas no mercado e líderes em seus segmentos, como o Google, a Yahoo e o Ebay, também são consideradas startups.
Essas empresas, normalmente de base tecnológica, possuem espírito empreendedor e uma constante busca por um modelo de negócio inovador. Este modelo de negócios é a maneira como a startup gera valor – ou seja, como transforma seu trabalho em dinheiro. Um exemplo é o modelo de negócios do Google que se baseia em cobrar por cada click nos anúncios mostrados nos resultados de busca. Outro exemplo seria o modelo de negócio de franquias: o franqueado paga royalties por uma marca, mas tem acesso a uma receita de sucesso com suporte do franquiador – e por isso aumenta suas chances de gerar lucro. Empresas que criam modelos de negócio altamente escaláveis, a baixos custos e a partir de ideias inovadoras são empresas startups. Startups não são somente empresas de internet. Elas só são mais frequentes na internet porque é bem mais barato criar uma empresa de software do que uma indústria.
Em novembro de 2014, a Nokia anuncia seu novo plano para voltar ao mercado de smartphones e tablets. Passando a licenciar sua marca para empresas que quiserem usar a marca Nokia em seus produtos. E anuncia o primeiro fruto dessa nova política, o tablet N1, em parceria com a Foxconn (Nokia Announces N1 Android Tablet)
A informação foi confirmada no início do segundo
trimeste pelo ex-CEO da marca finlandesa Stephen Elop. A Microsoft
comprou a divisão de smartphones da Nokia por 7 bilhões e 200 milhões de
dólares. Desde então, a divisão de dispositivos e serviços da Nokia
passou a se chamar no papel "Microsoft Mobile", mas o nome não deve ser
usado nos smartphones da empresa.
A Nokia manteve a divisão de infraestrutura, serviços
de mapeamento e o grupo de tecnologia avançada. Estas divisões não foram
compradas pela Microsoft. Mas os aplicativos desenvolvidos
exclusivamente para os Lumias também ficaram sob responsabilidade da
Microsoft com a aquisição.
Mais tarde este ano, rumores deram conta que a Nokia
pode voltar ao mercado de smartphones no futuro. A companhia confirmou
que voltará ao "mundo consumidor", mas não pretende manufaturar
diretamente nenhum produto, e sim licenciá-los.
4) O ano das startups
Uma startup é uma empresa nova, até mesmo embrionária ou ainda em fase de constituição, que conta com projetos promissores, ligados à pesquisa, investigação e desenvolvimento de ideias inovadoras. Por ser jovem e estar implantando uma ideia no mercado, outra característica dela é possuir risco envolvido no negócio. Mas, apesar disso, são empreendimentos com baixos custos iniciais e são altamente escaláveis, ou seja, possuem uma expectativa de crescimento muito grande quando dão certo. Algumas empresas já solidificadas no mercado e líderes em seus segmentos, como o Google, a Yahoo e o Ebay, também são consideradas startups.
Essas empresas, normalmente de base tecnológica, possuem espírito empreendedor e uma constante busca por um modelo de negócio inovador. Este modelo de negócios é a maneira como a startup gera valor – ou seja, como transforma seu trabalho em dinheiro. Um exemplo é o modelo de negócios do Google que se baseia em cobrar por cada click nos anúncios mostrados nos resultados de busca. Outro exemplo seria o modelo de negócio de franquias: o franqueado paga royalties por uma marca, mas tem acesso a uma receita de sucesso com suporte do franquiador – e por isso aumenta suas chances de gerar lucro. Empresas que criam modelos de negócio altamente escaláveis, a baixos custos e a partir de ideias inovadoras são empresas startups. Startups não são somente empresas de internet. Elas só são mais frequentes na internet porque é bem mais barato criar uma empresa de software do que uma indústria.
Não foi por acaso que o empreendedorismo foi destaque
na Campus Party este ano (2014). Aqui no Brasil, muitas startups se destacaram e
chamaram a atenção de grandes investidores em 2014. Na Universidade
Federal de Pernambuco, cinco estudantes criaram a ProDeaf; um aplicativo
de tradução de texto e voz em português para a Linguagem Brasileira de
Sinais (Libras). O software já tem mais de 130 mil usuários ativos. Além do
dicionário, o aplicativo é capaz de transformar qualquer texto ou fala
em uma representação virtual animada.
Este outro grupo de brasileiros desenvolveu uma
tecnologia que permite a transmissão de dados entre dois aparelhos
através do som!
A taxa de transferência é suficiente para o
desenvolvimento de aplicativos para pagamentos, substituição de chaves
de segurança e muito mais. Para que o som não seja copiado ou usado
indevidamente, toda informação em áudio se autodestrói imediatamente
após ser utilizada.
Nos Estados Unidos, a WiTricity – cujo um dos
fundadores é o brasileiro André Kurs – desenvolveu uma tecnologia para
distribuir energia elétrica através de campos magnéticos; ou seja, sem
qualquer necessidade de fios. O sistema funciona com duas bobinas: a
primeira serve como fonte da eletricidade enquanto a segunda capta a
energia transmitida.
Outras duas startups que surpreenderam criaram o Vessyl e o SCiO. O primeiro produto se trata de um copo inteligente
repleto de sensores que analisam em tempo real as moléculas de qualquer
líquido que você despeje no copo. Além de identificar o líquido, o copo ainda mostra
informações nutricionais como quantidade de calorias, açúcar, proteína e
cafeína daquela bebida.
Ainda mais “mágico”, se assim podemos chamar, é este
scanner molecular de bolso capaz de identificar não só bebidas, mas
praticamente qualquer material. O projeto de uma startup de Israel se
tornou realidade recentemente. Com o objeto é possível analisar
alimentos, plantas, medicamentos, óleos, combustível, plásticos,
madeiras e por aí vai.
Ao projetar uma luz sobre essas moléculas, parte da
luz é absorvida e outra parte é refletida. E como praticamente todo
material possui uma espécie de impressão digital que corresponde à
química das suas moléculas, é possível diferenciá-los com certa
precisão... Para fornecer informações em tempo real, o SCiO envia o
espectro da amostra para um smartphone, que por sua vez encaminha a
informação para um banco de dados baseado em nuvem. Algoritmos avançados
analisam o espectro em milésimos de segundos e fornecem informações
sobre a amostra analisada de volta para o smartphone do usuário em tempo
real. O SCiO está sendo vendido por 250 dólares, pouco mais de 600
reais. O copo inteligente, o Vessyl, também já aceita encomendas por 99
dólares; algo em torno de 250 reais.
5) Serviços de streaming conquistam brasileiros
Streaming (fluxo de média ou fluxo de mídia é uma forma de distribuição de dados, geralmente de multimedia em uma
rede através de pacotes. É frequentemente utilizada para distribuir
conteúdo multimedia através da Internet. Em streaming,
as informações não são armazenadas pelo usuário em seu próprio
computador não ocupando espaço no Disco Rigido (HD), ele recebe o
"stream", a transmissão dos dados (a não ser a arquivação temporária no cache
do sistema ou que o usuário ativamente faça a gravação dos dados) - a
mídia é reproduzida à medida que chega ao usuário, dependendo da largura
de banda seja suficiente para reproduzir os conteúdos, se não for o
suficiente ocorrerá interrupções na reprodução do arquivo (ver buffer ). Isso permite que um usuário reproduza conteúdos protegidos por direitos de autor, na Internet, sem a violação desses direitos, similar ao rádio ou televisão
aberta diferentemente do que ocorreria no caso do Download do
conteúdo,onde há o armazenamento da midia no HD configurando-se uma
cópia ilegal. A informação pode ser transmitida em diversas
arquiteturas, como na forma Multicast IP ou Broadcasting. Exemplos de serviços como esse são o Netflix e o Hulu.
Dois mil e quatorze (2014) foi também o ano do streaming no
Brasil, a tecnologia vai
definitivamente mudar a indústria da música novamente. Inclusive
foi publicado um review dos principais serviços de streaming de áudio
disponíveis no Brasil: Spotify, Rdio e Deezer. Mas questionado por
nossos fãs, resolvemos avaliar o impacto da chegada do streaming na
indústria da música. Será que vale a pena?
A maioria das plataforma cobra uma espécie de
assinatura para que você possa escutar quanta música quiser online em
diferentes dispositivos; alguns serviços também oferecem versões
gratuitas em seus pacotes. O fato é que o streaming de músicas já
responde por 20% das receitas do mercado digital em todo o mundo.
Nos Estados Unidos, segundo um estudo da Strategy
Analytics, os serviços de streaming já representam os maiores lucros da
indústria; e um crescimento quatro vezes maior do que os downloads.
Cada serviço de streaming tem seu próprio modelo de
negócio. Normalmente, essas empresas têm parcerias com grandes
gravadoras e também selos independentes. Na ponta do lápis, avaliando
valores pagos pela execução de cada música, o valor é realmente baixo –
em todos os serviços disponíveis no Brasil, menos de um centavo por
execução.
6) Tecnologia de vestir ganha espaço em 2014
Óculos, pulseiras, relógios... 2014 também foi o ano da tecnologia de vestir.
Depois do precursor Google Glass, diversos dispositivos surgiram nesse mercado. Já são inúmeras as pulseiras inteligentes (SmartBand) que prometem controlar sua qualidade de vida.
Os smartwatches são outra categoria que cresceram bastante e conquistaram novos usuários este ano. Esses relógios inteligentes são praticamente uma extensão do smartphones no pulso – com acesso à internet e aplicativos.
Este ano, até a Apple entrou nessa dança e lançou seu primeiro iWatch. Este ano foi um verdadeiro pontapé inicial no setor de tecnologia vestível. Mas, a partir de 2015, devemos ficar ainda mais conectados com gadgets que farão ainda mais parte do nosso dia a dia além do smartphone.
7) Médicos brasileiros apostam em consultas por telepresença
Em um projeto social que tem como objetivo usar a
tecnologia para melhorar as vidas das pessoas, a Cisco e a Universidade
Federal de Sergipe criaram o “Connected Healthy Children”. Através da
telepresença, os moradores das cidades de Lagarto e Tobias Barreto, na
zona rural do Estado, hoje têm acesso a consultas virtuais com o
Hospital Universitário de Aracaju e também de São Cristóvão, onde fica o
campus da universidade. As equipes médicas poderão avaliar
conjuntamente caso por caso, sem que seja necessário saírem de seus
municípios.
Por trás da telepresença, há muito mais tecnologia
envolvida nesse projeto. Falando só em equipamentos, são quatro
“dual-profiles” como estes; cada um com duas telas de alta definição de
65 polegadas, seis equipamentos de mesa que podem ser usado nos
consultórios, dois equipamentos móveis de uso intra-hospitalar e até um
dispositivo móvel para uso em campo...
Todos os equipamentos têm imagem e som em alta
definição para que os especialistas possam conversar com os pais e as
crianças, acessar resultados e auxiliar o médico generalista local com
uma segunda opinião. A gente sabe, é necessário uma banda larga robusta
para transmitir vídeo em HD em tempo real. A solução foi usar uma rede
de fibra óptica da Universidade combinada com o serviço de telefonia
móvel local; tudo em uma rede VPN dedicada.
Este é mais um exemplo de como a tecnologia pode
facilitar e transformar a vida de muitas pessoas – além do
entretenimento e da informação.
confira:
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