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08/06/2017

Isaac Newton, o maior gênio de todos os tempos


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 Isaac Newton 

o maior gênio de todos os tempos


Brigas, genialidades, disputas, fama, maçã e virgindade. Conheça a história do maior gênio que já pisou por este planeta


O que você faria se você estivesse tentando encontrar uma explicação para uma questão que está te dando dor de cabeça há tempos e não consegue nenhuma solução plausível que preencha todas as lacunas? A resposta correta seria criar um novo ramo da matemática, um dos mais difíceis e complexos de todos, é claro, ao menos se você for Isaac Newton, o mito dentre os gênios.

Conhecido principalmente pelo fato de ter “descoberto” a gravidade (Lei da gravitação universal), Newton desenvolveu o cálculo,

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entrou em uma guerra matemática com um dos maiores pensadores da época, apontou com precisão como e porque os planetas mantinham sua órbita (a atração gravitacional fica mais forte quando nos aproximamos do sol), e como o universo sustentava a sua configuração, estabeleceu as leis que regem a física moderna e praticamente qualquer área desse campo, entre muitas outras coisas que os humanos normais levariam umas 5 vidas para conseguir. O detalhe é que boa parte disso já estava pronto quando ele tinha cerca de 20 anos; exemplos? A gravidade e o cálculo infinitesimal, APENAS


O início complicado
Newton nasceu em 4 de janeiro de 1643 (calendário gregoriano) ou 25 de dezembro (calendário juliano), em Woolsthorpe, Inglaterra, em um mundo escuro e que ninguém entendia ou conseguia explicar direito. Uma época que havia saído da Idade Média há menos de 200 anos e na qual os avanços da ciência e das humanidades haviam sido contidos por mais de 12 séculos. Mesmo sendo muito católico ele iria contra os dogmas da sua religião e explicaria, por exemplo, o movimento planetário. Newton tinha várias dúvidas e, para a nossa sorte, resolveu que ia explicar cada uma delas. Como ele diria mais tarde: “O que sabemos é uma gota, o que ignoramos é um oceano”.

Contudo a sua vida não começou com a mesma glória que terminou e foi bastante complicada, principalmente até o momento em que ele entraria na universidade. Seu pai, um fazendeiro, morreu 3 meses antes do seu nascimento, o que fez com que sua mãe se casasse por uma segunda vez e ele fosse deixado com sua avó. Esse “abandono” foi responsável por uma grande insegurança e introspecção que acompanharia ele pela vida toda. Ele odiaria seu padrasto por toda a vida, e em sua lista de pecados e confissões (que escreveu aos 19 anos) consta o seguinte: "Ameaçar meu pai Smith e minha mãe de queimar sua casa com eles dentro". Não devia ser fácil, mas de certa forma temos que ser egoístas e agradecer por isso. Imagine se ele não tivesse essa formação e não se voltasse aos estudos?

Newton quase não terminou a educação básica, pois após o segundo marido de sua mãe morrer eles voltariam a se reencontrar e Newton foi tirado forçadamente da escola para se tornar fazendeiro e assumir a propriedade da família. Claro que ele odiou imediatamente e depois retornou aos estudos, abandonando o trabalho no campo para sempre. Ele voltaria somente após o diretor da escola convencer sua mãe a matriculá-lo novamente.

Seria nessa época que ele desenvolveria sua paixão por matemática. Tudo por causa de um livro de astrologia que ele comprou e não conseguiu entender a mecânica usada nas previsões. Para compreender o que lia ele se dedicou a estudar Euclides, Oughtred, Descartes, Viète e assim por diante. Quando viu, seu conhecimento já estava em um patamar que precisava de uma educação especializada para continuar crescendo. Sua caminhada pela ciência “profissional” começaria quando seu tio notou que ele tinha uma predisposição para os estudos e uma mente afiada. Assim sendo, convenceu a mãe de Newton a matriculá-lo em Cambridge, mesma universidade em que ele havia estudado e se formado anos atrás.

A universidade e os anos iniciais
Além de tudo Newton era predestinado, pois dera a sorte de estar no lugar certo na hora certa. Ele nasceu no momento exato para poder participar da revolução científica ocorrida no século XVII. 

Na universidade, assim que começou os estudos, reza a lenda, que ele era um aluno mediano, longe do que se tornaria um dia. Isso só mudaria quando ele se envolvesse em uma briga com um colega ainda no primeiro ano. Essa rivalidade o faria prometer que se tornaria o melhor aluno de todo o prédio.

Após esse incidente ele passou a estudar, produzir e escrever constantemente não parando nem quando em 1665 a universidade foi fechada por 1 ano e meio devido Grande Praga. Em casa, Newton continuou a produção constante e, com 22 anos, desenvolveu o cálculo infinitesimal, as bases da teoria das cores (Newton também tem um dedo importante no estudo da ótica), formulou conceitos sobre as leis do movimento planetário e, segundo a lenda, teve o famoso incidente da maçã que o levou a formular a teoria da gravidade

Newton voltaria à universidade podendo dizer que tinha inventado o famoso cálculo, a maior inovação matemática desde o tempo dos gregos antigos. Bom, na verdade ele não pode dizer exatamente isso, pois, por algum motivo, ele não quis publicar suas descobertas. O empurrão para que o fizesse veio da pior maneira possível: o matemático alemão Leibniz, 10 anos depois, publicou oficialmente o invento do cálculo. Sim, o mesmo que Newton não quis publicar uma década atrás. A briga seria feia para decidir a paternidade (A Guerra do Cálculo)

Bom, ao terminar a Grande Praga e um dos períodos mais produtivos da sua vida, Newton volta para Cambridge onde obteria seu mestrado em Artes com pouco mais de 25 anos. Seria nessa época que começaria seu reconhecimento público como um gênio vivo. Foi nessa época que ele escreveu De Analysi, onde expunha seus métodos de resoluções sobre as séries infinitas. O trabalho o tornou conhecido como um brilhante matemático, o suficiente para torná-lo o segundo professor lucasiano da universidade (nome de uma cátedra de matemática que já fora ocupada por nomes como Stephen Hawking e Charles Babbage).

Newton foi um dos últimos exemplares de pensadores completos, no melhor estilo Da Vinci e Sócrates, daqueles que não se contentam em ser apenas um grande filósofo ou grande pintor, eles eram grandes escritores, engenheiros, médicos, escultores, astrônomos, teólogos, etc. Como bom polímata que era, Newton, que queria aprofundar seus estudos na ótica, decidiu que era preciso um telescópio personalizado. O que fazer? Inventar um, é claro. Ele criou o objeto sozinho, a partir do 0, o primeiro telescópio refletor operacional. Com isso seus entendimentos sobre a ótica chegaram a um novo patamar. 

O único que não ficou muito impressionado com essa história toda foi Richard Hooke, um outro cientista inglês, que, em 1672, publicou um artigo criticando severamente os resultados em ótica de Isaac Newton, o “Nova teoria sobre luz e cores” como ele chamou sua publicação. Porém Newton não parecia ser um cara que sabia lidar com as críticas, pois ficou enfurecido com as críticas do colega. Ele chegou ao ponto de prometer nunca mais publicar um artigo científico sequer na vida e até se retirar da ciência. E a coisa foi tão séria que ele realmente se afastou das pesquisas, pelo menos as públicas, até 1675, quando descobriu que Hooke parara de questionar sua pesquisa e ele ficou mais aliviado. Para nossa sorte ele voltou a estudar, mas os 2 nunca fizeram as pazes.


Mas a vida lhe pregaria uma nova peça ao levar sua mãe sem avisos. O resultado foi um surto nervoso e um isolamento ainda maior. Por seis anos ele ficaria afastado da academia e da Royal Society, maior órgão de pesquisa científica do mundo na época e, provavelmente, de todos os tempos devido à sua contribuição e pesquisas proporcionadas, da qual era participante assíduo e um dos seus futuros presidentes (cargo que ocuparia por 24 anos, o segundo maior período).
Recluso, focado no estudo da mecânica do universo e, talvez, fadado a ser um daqueles gênios loucos e que nunca mais compartilharia suas descobertas com o mundo, a ajuda veio de onde ele menos esperava: Robert Hooke, o mesmo que o fez sair de cena 3 anos. A ajuda veio em uma carta enviada de maneira aberta aos demais membros da Royal Society na qual ele dizia que Newton poderia encontrar a resposta que explicaria o movimento dos planetas se aplicasse uma fórmula envolvendo o inverso dos quadrados. Isto seria suficiente para explicar a atração entre os planetas e o porquê das suas órbitas serem da maneira como eram.

A grande obra do universo
Com essa valiosa dica em mãos, foram 18 meses de trabalho duro até que ficasse pronto o “Philosophiae Naturalis Principia Mathematica”, o famoso “Princípios Matemáticos da Filosofia Natural”. Se você nunca ouviu falar dessa obra, pense nela como a bíblia da física e da ciência moderna. Divida o conhecimento e a pesquisa científica antes e depois desse livro. Mas e o que pode ser tão interessante para que esse livro seja considerado o livro mais influente desde sempre?

Bom, pra começar, essa megaobra tem 3 temas, somente assim para acomodar todo o material, afinal ele trata de todos os conceitos essenciais sobre física, sim, tudo. Na verdade quase tudo, só faltou energia, mas o resto estava tudo lá: os fundamentos da mecânica clássica, a lei de gravitação universal, demonstração para as leis de Kepler, gravidade, mecânica dos fluidos, do formato da Terra à ação dos corpos celestes no movimento e tamanho das ondas e claro, as famosas leis de Newton:
  1. Lei I: Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças aplicadas sobre ele. (lei da inércia)
  2. Lei II: A mudança de movimento é proporcional à força motora imprimida, e é produzida na direção de linha reta na qual aquela força é aplicada. (lei fundamental da dinâmica e do movimento). 
  3. Lei III: A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade: ou as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas em sentidos opostos. (princípio da ação e reação)  

lei fundamental da dinâmica e do movimento


Com o sucesso do Principia mais treta entre Newton e Hooke. Este último acusou Newton de plágio. A briga foi grande, mas a acusação não deu em nada, pois sua ideia não passava de teoria, a glória coube a quem colocou na prática e desenvolveu o assunto. Ponto para Isaac Newton.

Com a obra, Newton galgou o status de celebridade internacional completa e conhecida fora do meio acadêmico, inclusive, o que o levou a se tornar infeliz com o seu posto em Cambridge e buscasse novas oportunidades, como a carreira política. Até mesmo em Cambridge ele teve um papel fundamental, indo de encontro às ideias do Rei James II de colocar novamente o ensino católico na instituição. Por conta dessa e de outras questões ele foi eleito para ser o representante da universidade dentro do parlamento, estágio inicial da vida política. Depois disso foi guardião da casa da moeda, mestre da casa da moeda, etc. onde reformou o dinheiro circulante e combateu ferozmente os falsificadores, resultando em uma condecoração real.

Nesse momento ele já estava mais político do que cientista, rico, reconhecido e um dos homens mais famosos da Europa. Seu último grande troféu for ser eleito o presidente da Royal Society, cargo ocupado por mais de duas décadas até a data de sua morte. Velhinho, com 85 anos, sofrendo com as dores estomacais há alguns anos, em uma noite, após mais outra crise, ele ficou inconsciente, morrendo no dia seguinte, em 31 de março de 1727. Sua fama aumentou ainda mais e ele reinou absoluto por mais 200 anos, até que Albert Einstein (que tinha um retrato seu sobre sua mesa de trabalho) apareceu dizendo que 'tudo no universo é relativo', contestando sua ideia inicial de que distância e movimento, por exemplo, não eram absolutos.

Temas controversos
Mesmo com todo esse conhecimento científico aplicado, Newton também se dedicou a alguns temas menos nobres, como a alquimia (estudos que se assemelham a uma espécie de “bruxaria” e que se dedica a transformar metais ordinários, como ferro em ouro puro e que foram feitos escondidos, sendo sua prática descoberta bem depois de sua morte, já que a prática era proibida na época) e a datação bíblica (Newton se dedicou a colocar numa linha do tempo os acontecimentos bíblicos) onde ele queria achar um meio de provar e organizar os 6 mil anos que a bíblia diz que possui o planeta Terra.

Ironicamente (já que seu padrasto era um pastor e ele o odiava e ele contribuiu para destruir a imagem de Deus como ninguém mais) Newton tinha uma biblioteca teológica imensa. Em uma das maiores controvérsias possíveis, o homem que explicou o universo e, indiretamente, acabou com a ideia de um criador, publicou diversas obras de caráter bíblico e religioso nas quais não refutava nem suas descobertas, nem o papel de Deus. Ele dizia que "A maravilhosa disposição e harmonia do universo só pode ter tido origem segundo o plano de um Ser que tudo sabe e tudo pode. Isto fica sendo a minha última e mais elevada descoberta." Ele, inclusive, previu o final do mundo, que, segundo seus estudos, não aconteceria antes de 2060. Para chegar nessa data ele utilizou os textos bíblicos do Livro de Daniel, no Antigo Testamento.

Ele também fora influenciado diretamente pela ordem Rosa-Cruz, uma sociedade secreta que afirmava ter a pedra filosofal, fazia estudos sobre anjos e espíritos e diziam poder viver para sempre através do elixir Vitae. Quando Newton morreu, sua biblioteca tinha 169 livros sobre alquimia, sendo especulado que ele tenha tido bem mais do que isso, especialmente durante sua formação em Cambridge. 

Legado
Morreu como um herói, talvez nenhum outro cientista tenha conseguido tanto reconhecimento em vida, tendo contribuído para – ou até mesmo criado;  
  • o estudo das cores, ótica, mecânica dos fluídos, gravitação e forças planetárias, cálculo, limites, mecânica, séries de potências, diversas leis da física (resfriamento, leis de Newton, etc.); 
  • velocidade do som, teorema binomial, heliocentrismo, lei de Kepler, identidades de Newton, Método de Newton, binômio de Newton, etc; 
  • Até mesmo a supervelocidade da internet de fibra ótica

Principia é até hoje considerado o livro mais influente e ele o cientista que causou maior impacto na história do conhecimento. Tais feitos permitiram que ele fosse enterrado na Abadia de Westminster, local mais nobre impossível. Seus restos mortais estão repousando ao lado de dezenas de reis e rainhas e nomes como Geofrey Chaucer, Charles Dawin, Charles Dickens, e muitos outras figuras emblemáticas da Inglaterra. Embora tenha morrido famoso, influente e rico, Newton morreu solitário e, segundo seus biógrafos, virgem. Agradeça-o mais uma vez por sua dedicação inabalável à ciência.

A missão de lhe prestar uma última e justa homenagem ficou a cargo do poeta Alexander Pope que escreveu seu epitáfio. E assim foi esculpida sua lápide:
"A natureza e as leis da natureza estavam imersas em trevas; Deus disse "Haja Newton" e tudo se iluminou".


Fonte: 

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