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10 mitos da ciência
que as pessoas ainda acreditam
Só usamos 10% do cérebro? No espaço não existe gravidade? Pode não ser tão verdade assim.
Mas está na hora de pararmos com isso. Confira 10 mitos da ciência que você vai ser o chato da turma e corrigir sempre que escutar em alguma conversa.
1 - Um raio não cai duas vezes em um mesmo local
Quem nunca escutou essa? A frase está mais para um ditado popular do que para um fato científico, mas mesmo assim ainda tem quem defenda a “teoria”.
Se você um dia estiver em uma tempestade de raios e decidir ficar perto de algum lugar que já sofreu uma descarga para se proteger, tenho más notícias: O raio não está nem aí para as suas estatísticas e não se importará de cair novamente no mesmo local.
Aliás, pode ser até que esse local seja mais propenso a atrair o raio novamente. Sabemos que os raios são preferem locais altos para descarregar, pois eles são o caminho mais curto até o solo. Por exemplo, imagine você num campo aberto com uma árvore no meio. A árvore é o ponto em evidência (foi por isso que o raio caiu lá anteriormente) e, se acontecer de uma descarga preparar-se para cair nas redondezas, provavelmente ela atacará mais uma vez a infeliz árvore até a tempestade cessar (que continua sendo o ponto mais alto do local).
Se um raio nunca caísse num mesmo local não teríamos motivo para construir os para-raios, certo? Este tipo de estruturas é colocada sempre no ponto mais alto de uma área que se queira proteger (topo de prédios em uma área residencial ou uma antena em uma central elétrica, por exemplo) para justamente atrair a descarga e liberá-la no chão com segurança, através do aterramento. Assim, esses aparelhos que salvam vidas recebem centenas de raios por ano, podendo receber dezenas em questão de horas durante uma mesma tempestade até que a nuvem encontre um local mais elevado para acertar.
E se você ainda tem uma pontinha de dúvida sobre as possibilidades, confira a história de Roy Syllivan, um guarda do Parque Nacional de Shenandoah, nos Estados Unidos, que até hoje é o recordista de descargas. Ele foi atingido por nada mais nada menos do que 7 raios durante sua vida. Mas fique tranquilo, se as chance de você ser acertado é de 1 em mais de 280 milhões (acertar sozinho na Mega-Sena é mais fácil) para ter a mesma sorte de Roy as chances são de 4.15 em 100.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000. E por incrível que pareça, ele NÃO morreu por conta dos raios, ele cometeu suicídio =/
P.S. Você sabia que o brasil é o país que mais sofre com descargas elétricas no mundo? (Pesquisa INPE - 50 milhões por ano)
2 - As estações do ano são causadas pela distância do sol
Parece óbvio, não? Quanto mais longe do sol, mais frio; mais frio = inverno. Quanto mais perto do sol, mais calor; mais calor = verão. Enquanto isso as meias estações estão distribuídas entre uma e outra. Parece, mas não é. Na verdade as estações são causadas pelo eixo oblíquo da Terra que possui uma inclinação que varia entre 23.4° e 24.5° de acordo com a órbita.
Faz todo sentido. Pense comigo: Se a Terra fosse perfeitamente reta e alinhada, as estações deveriam ser as mesmas para todo o planeta, pois a distância que o Brasil tem do sol é praticamente a mesma distância (na escala do Universo) que a Rússia tem da estrela. Logo, as estações seriam sempre iguais: Inverno no Brasil, inverno na Rússia, verão no Brasil, verão na Rússia.
E mais: se a Terra fosse retinha não haveria estações definidas, pois teríamos sempre a mesma quantidade de sol atingindo o globo. Claro que temos o momento onde estamos mais perto do sol (Periélio) e o momento em que estamos mais longe (Afélio), porém isso não seria o suficiente para manter estações tão bem definidas como conhecemos hoje.
Como a Terra gira em torno do próprio eixo enquanto faz o circuito em torno do sol, durante 6 meses (a grosso modo) uma parte estará inclinada em direção ao sol recebendo mais luz e calor e tendo o seu verão, enquanto a outra estará no lado oposto tendo o seu inverno. Nos 6 meses seguintes a Terra estará do outro lado e o inverso ocorrerá.
Talvez seja culpa do filme Jurassic Park, mas temos a ideia errada de que todos os dinossauros coexistiram no planeta, sendo possível que um tiranossauro caçasse um Estegossauro, por exemplo. Porém, a história não é bem assim.
A escala de tempo do planeta é bem complicada de ser entendida por pessoas como nós que vamos viver no máximo uns 100 anos e para quem 1 século parece muito. Porém, em uma escala maior, 100 anos é nada. Veja os dinossauros: eles existiram por cerca de 170 MILHÕES de anos.
E acredite, durante 170 milhões de anos muita coisa pode acontecer.
Outro erro comum sobre os dinos é que quando pensamos neles logo vem à cabeça aqueles animais gigantescos que pesavam até 100 toneladas, porém, eles começaram bem lá embaixo, com ancestrais que remontam a centímetros de comprimento e algumas gramas de peso.
Para que chegassem naquele tamanho gigantesco uma série de fatores foi necessária: Muita atividade vulcânica acontecendo na Terra, o que levava a muito gás carbônico na atmosfera; muito gás carbônico levou a muito alimento para as plantas que podiam fazer uma fotossíntese de luxo; com isso as plantas começaram a ter tamanhos gigantescos; com plantas gigantes foi a vez dos insetos e herbívoros terem alimento em abundância; e alimento em abundância na natureza leva a crescimento e superpopulação; com centopeias de até 3 metros de comprimento os seus predadores naturais tinham alimento quase infinito e assim também se desenvolveram e..... você sabe onde isso vai terminar: Dinossauros gigantes.
Nesses 170 milhões de anos do início da era Triássico até o famoso
meteoro, milhões (senão bilhões) de espécies surgiram e desapareceram.
Aliás, a dominação dos dinos só foi possível após a grande extinção que
marcou o fim do período Triássico e início do Jurássico.
No ponto de que muita gente
acredita que os dinossauros existiram todos ao mesmo tempo. Por exemplo:
O mais famoso de todos, o Tiranossauro Rex foi uma das espécies que
viveram “quase nada”, por apenas 2 milhões de anos. Os fósseis mais
antigos da espécie datam de 68 milhões de anos atrás, e o meteoro veio
há 66, não esqueça. Já o Velociraptor, que o filme nos fez acreditar que
andava lado a lado do T-Rex foi extinto, no mínimo, 3 milhões de anos
antes do grandão surgir. Os fósseis do Velociraptor mostram que ele
viveu entre 75 e 71 milhões de anos atrás.Mas agora veja um exemplo mais contundente: O Braquiossauro, aquele do pescoço gigante. Um dos maiores herbívoros que já existiram viveu há 154 milhões de anos, no auge dos comedores de planta, quando os carnívoros ainda eram insignificantes. Dessa forma, se colocarmos em uma linha do tempo, eu e você estamos mais perto do Tiranossauro Rex do que o Tiranossauro Rex está do Braquiossauro.
Pronto, era aqui que eu queria chegar. Aah, e só para não deixar nenhuma ponta solta, no início falei de um T-Rex caçando um Estegossauro. O Estego também era um gigante que se alimentava de folhas e viveu no auge dos herbívoros, com uma diferença de quase 100 milhões de anos entre as 2 espécies.
"Em uma grande linha do tempo nós vivemos mais perto
do tiranossauro rex do que o tiranossauro rex viveu do Braquiossauro"
Se tivesse que citar um mito como o mais difundido e acreditado desta lista, com certeza seria este daqui.
É correto dizer que a gente sabe pouca coisa sobre o cérebro, certamente o nosso órgão mais complexo, porém dizer que só estamos usando 10% dele no dia a dia e que os outros 90% poderiam nos transformar em um X-Men caso conseguíssemos ativá-lo, é muita apelação. O cérebro possui cerca de 3% do peso do nosso corpo, consome, aproximadamente, 20% do oxigênio e glucose que consumimos e possui, via de regra, um comportamento similar em qualquer pessoa saudável. Não é porque eu não consigo fazer cálculo integral e diferencial com facilidade que meu cérebro seja menos apto ou esteja sendo menos utilizado do que um cérebro de um matemático.
O mito nasceu há bastante tempo, quando o cérebro era ainda mais misterioso do que é hoje. O “culpado” é o psicólogo americano William James, um dos precursores da área nos Estados Unidos e que em seu livro “As Energias do Homem” cravou a enigmática frase que deu pano à manga:
“Estamos usando apenas uma pequena parte
dos nossos possíveis recursos mentais e físicos”.
Pronto, no século XIX isso era o suficiente para desencadear toda a sorte de teorias.
De lá para cá muitas pesquisas já deram conta de rechaçar essa furada. Atualmente o conhecimento científico afirma que no espaço de 1 dia, aproximadamente, 100% do nosso cérebro terá sido usado por alguma função específica. Nosso cérebro não desliga nem mesmo quando estamos dormindo, momento em que ele faz a fixação da memória (por isso dormir bem é importante para quem estuda), por exemplo, sem contar que você continua respirando, continua com o coração batendo, etc. tudo comandado involuntariamente pelo órgão.
E se apenas os estudos modernos não lhe sejam suficientes para rechaçar o mito, mais um fato: Eu nunca ouvi dizer de alguém que tivesse tido a “sorte” de ter um tumor no cérebro nos 90% não utilizado e que poderia ser removido sem problemas...
Talvez devêssemos mudar a frase “Usamos apenas 10% do nosso cérebro” para “entendemos apenas 10% do nosso cérebro”. Parece-me mais justo.
5 - Existe um lado negro da lua
Não importa se você gosta de Pink Floyd ou não, a verdade é que essa coisa de lado secreto da lua não passa de uma mentira de outro mundo (HA HA HA).
O engano vem do fato de a gente só conseguir ver sempre os mesmos 59% da superfície lunar, ficando os 41% restante escondidos da nossa visão. Estaria então esses 41% condenados a escuridão eterna e uma temperatura congelante? Certamente que não.
Isso tem até um nome: Rotação Sincronizada (ou Tidal Locking) que é quando um objeto tem uma rotação regular e síncrona em seu eixo que faz com que pareça estar parado sempre na mesma posição quando observado a partir de um ponto fixo, assim como acontece com a lua a partir do nosso ponto de vista. Vemos determinado ponto da lua hoje à noite e amanhã veremos o mesmo ponto, pois a lua terá completado 1 volta em seu eixo no exato momento em que estiver passando pela Terra no mesmo local da observação da noite anterior.
Portanto, embora não pareça, cada partezinha da lua é sim iluminada pelo sol em algum momento.
Quer um vídeo explicativo e legal? Confira o vídeo abaixo produzido pela NASA que mostra as fases da Lua de um outro ângulo e ajuda a entender o porquê do lado escuro ser uma falácia.
6 - Açúcar deixa as crianças hiperativas
Mito bastante repetido nas últimas décadas, chegou-se a criar até uma denominação para descrever o suposto efeito: Sugar Buzz.
Porém testes mais recentes mostram que o açúcar não contribui em nada para a agitação das crianças ou qualquer outra faixa etária. De acordo com os órgãos de saúde americanos, os residentes do país consomem em média 70 quilos de açúcar por ano, um recorde, sem dúvida. Porém, séculos atrás a média era de menos de 2 quilos/ano. E será que as crianças eram “menos crianças” por isso? Certamente que não.
Longe de ser indicado em excesso para qualquer pessoa – sobretudo para crianças – o açúcar está relacionado a problemas como
doenças como
porém não pode ser culpado por seu filho ou filha ser “hiperativo”.
Além do mais, um teste pode ser aplicado: encha seu filho, filha, sobrinho ou sobrinha da maior quantidade de açúcar que ele aguentar comer. Depois coloque um videogame ou tablet em suas mãos. Aposto que não haverá Sugar Buzz que chegue a tempo.
7 - Não existe gravidade no espaço
Mais um mito que muitos tinham certeza, mas que é mentira. Existe SIM gravidade no espaço, as microgravidades. What is Microgravity?.
Se subirmos a 400 km de altitude vai perceber que cerca de 90% da gravidade da Terra já não existe, mas ainda assim, os outros 10% continuam exercendo suas funções. É por conta disso que a Estação Espacial Internacional e os satélites, por exemplo, estão “presos” à Terra: por conta do nosso campo gravitacional, ou seja, da nossa gravidade.
A gravidade foi descoberta por Isaac Newton há mais de 300 anos naquele clássico – e lendário – episódio da maçã caindo em sua cabeça. A velocidade foi calculada, a força de atração foi calculada e Newton concluiu que todo corpo possuiu gravidade, até mesmo você ou uma bola de futebol, o problema é que ela é tão insignificante para uma massa deste tamanho que não se nota atração alguma.
Mas voltando ao espaço, se fizermos o teste da maçã em órbita vai parecer que ela está paradinha no ar, certo? Mas não está, pelo seguinte motivo: A maçã estará caindo da mão do astronauta, o próprio astronauta estará caindo e a estação espacial também estará caindo. A cena parecerá estática pois todos eles estão caindo ao mesmo tempo, em direção ao mesmo lugar (puxados pelo campo gravitacional da Terra) e tendo a queda "corrigida" pelo deslocamento horizontal.
Por isso o termo gravidade zero não existe, mas sim microgravidade, ou exatos 1x10-6 g.
Mas daí você se pergunta: “E se eu estiver em um ponto do espaço longe o suficiente de qualquer planeta, asteroide, estrela, buraco negro, etc. para não sofrer influência de nenhum campo gravitacional?”. Nesse caso Einstein tem a resposta: Impossível! Segundo a Teoria da Relatividade o próprio espaço em si é formado e regido pelo conjunto dos diferentes campos gravitacionais agindo um sobre o outro e, portanto, fugir dele não é uma opção.
E sim, aquela história de pesos diferentes para diferentes planetas é verdade. Veja como seria o peso de uma pessoa de 80 quilos em diferentes locais da nossa galáxia e o coeficiente de gravidade e em cada um desses locais:
8- Astronautas explodiriam no espaço sem o traje espacial
Mais um mito que foi criado – ou no mínimo espalhado – pelo cinema e literatura de ficção. Não são raras as estórias em que astronautas explodem, literalmente, ao entrar em contato com o vácuo espacial
Mas claro que sair para o espaço sem a proteção adequada continua sendo uma má ideia. Uma astronauta exposta ao vácuo espacial duraria até 30 segundos caso NÃO tivesse ar nos pulmões no momento da exposição. Caso seus pulmões estivessem cheios o vácuo ia fazer com que explodissem instantaneamente, sua corrente sanguínea ia ficar cheia de oxigênio e a morte seria mais rápida. No mais, haveria falta de oxigênio, inconsciência e morte por asfixia.
Lembra da máxima de Antoine Lavoisier que dizia – há mais de 250 anos – que “nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”? Pois é, nada mudou de lá para cá nesse sentido.
Por isso seria impossível que alguma coisa continuasse crescendo em nosso corpo após a morte. O cabelo, por exemplo não poderia surgir do nada sem que estivéssemos ingerindo alimento, transformando-o em nutrientes como a queratina e fazendo o processo completo para que um novo milímetro brotasse na sua cabeça.
Ressalto que o detalhe de ESTAR MORTO não deixaria que esse processo ocorresse com certa facilidade.
Esse mito pode ter surgido do fato que PARECE que nosso cabelo e unhas crescem após a morte. O motivo é mais simples do que parece: Quando
mortos a pele dos animais começa a secar, em seguida murcham e
retraem-se, dando a impressão de que unha ou cabelo espicharam, quando
na verdade ocorreu o contrário: o que está em volta foi que diminuiu.
Note que as unhas e o cabelo não são afetados por essa perda de
líquidos, por isso não diminuem, como acontece com o tecido.
Motivos mais do que suficientes para que as pessoas, antigamente,
pensassem que havia um crescimento contínuo mesmo no post-mortem. Ahh, é
pelo mesmo motivo que um homem que se barbeou na manhã e morreu na
tarde poderá parecer ter crescido barba no dia seguinte em seu velório.
Mas não se preocupe, será apenas os poros mostrando os pelos que já
estavam ali, antes do tempo habitual.10 - A Terra é redonda
Pode parecer estranho, mas aqueles que dizem que a Terra não é redonda estão corretos. Porém, há uma grande diferença em afirmar que a Terra é plana. Acontece que a Terra não é redonda, pelo menos não como supôs Isaac newton após suas observações e como costumamos pensar, imaginar e ver através das fotos tiradas do espaço.
A culpa disso tudo é da água. Lembra do que Bruce Lee dizia? “Seja como a água. A água molda-se a qualquer formato”. Pois bem, como já foi dito antes, a Terra possui gravidade. A gravidade atrai a massa que o rodeia em direção ao seu centro e isso acontece também com a água. Quando a gravidade puxa os oceanos em direção ao seu interior faz com que tudo se distribua de forma uniforme, fazendo com que a Terra pareça realmente lisinha e redondinha.
Mas pense comigo: somente as montanhas já seriam suficientes para acabar com o mito da esfera perfeita, certo? O Everest ergue-se a um ponto máximo de quase 9 km de altura, e o que está abaixo d’água é ainda mais perturbador: a Fossa das Marianas – local mais profundo que conhecemos – desce a mais de 11 quilômetros abaixo do nível do mar. Seria o mesmo que chegarmos na beira da praia e logo ali estar um penhasco de mais de 11 mil metros.
Além disso tudo há detalhes “técnicos” como a deformação causada pela gravidade (a gravidade na Linha do Equador é diferente da gravidade dos polos, por exemplo),
- alterações na crosta por marés,
- peso do oceano, atmosfera,
- placas tectônicas,
- glaciação,
- degelo,
- efeito do peso das
migrações que altera o eixo da Terra, etc.
Resumindo: a Terra não é plana (shame on you), mas passa longe de ser redondinha. Na verdade, a Lua, Plutão e uma infinidade de outros corpos celestes parecem ser mais simétricos de que nossa casa.
Se fosse possível remover toda a água para analisarmos sua estrutura, ela pareceria com essa coisa horrenda:
Fonte:
DDASuper
NASA
Biografia Isaac Newton
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