O Prêmio Professores do Brasil é uma iniciativa do Ministério da Educação, através da Secretaria de Educação Básica, juntamente com as
instituições parceiras.
Instituído em 2005, tem como objetivo
reconhecer, premiar e divulgar o mérito de professores das redes
públicas de ensino, pela contribuição dada para a melhoria da qualidade
da educação básica. Para tanto, são avaliadas as experiências
pedagógicas bem–sucedidas e inovadoras.
Estão aptos a se inscreverem todos os dois milhões de professores de todos os níveis da educação básica do sistema público de ensino brasileiro. Basta ter uma prática pedagógica criativa e bem sucedida (em andamento ou já concluída) com seus alunos e formalizar a inscrição.
Na segunda etapa, uma comissão de alto nível analisa as experiências relatadas pelos professores e seleciona as mais relevantes.
Em dezembro, numa grande festa de encerramento, estes professores e as escolas onde atuam são contemplados com o prêmio, tornando seu trabalho reconhecido por todos os que valorizam a educação brasileira.
Prêmio educação
Professores pernambucanos se destacam
principal prêmio de educação da América latina
'Práticas pedagógicas inovadoras têm o poder de mudar o olhar dos estudantes sobre o mundo, a cidade onde vivem e até sobre eles mesmos.'
Três projetos didáticos de professores pernambucanos, que estimulam a visão crítica dos alunos, foram reconhecidos no maior prêmio de educação da América Latina, o Educador Nota 10, entregue no último dia 14 em São Paulo. Dos 3,5 mil professores de todo o país inscritos na premiação, 50 foram escolhidos como finalistas.
Entre os selecionados estão o professor de artes visuais da Escola Conviver, de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Pinheiro, a professora da Escola Municipal Prefeito Amaro Alves de Souza, em São Lourenço da Mata, Vaneza Melo, e o professor de história da rede municipal de Xexéu, na Mata Sul do estado, Janilson Sales. O Diario procurou dois desses educadores, que atuam na Região Metropolitana do Recife, para mostrar as ideias simples, mas valiosas, que mostram a importância do docente na aprendizagem.
"Orgulho de conhecer a própria terra"
Em uma das comunidades mais carentes de São Lourenço da Mata, a professora Vaneza Melo, 36 anos, fez os alunos sentirem orgulho do lugar onde vivem. Com o projeto Casa Grande, da disciplina de história, a educadora explicou as origens da cidade que ficou conhecida internacionalmente na Copa do Mundo 2014. “O objetivo era contar a história da cidade com linguagem adaptada à faixa etária dos estudantes.”
Entre maio e junho, 19 alunos de 7 a 9 anos participaram do projeto. O trabalho foi dividido em duas fases. Inicialmente, a professora comandou aulas teóricas. Depois, foi a vez de os estudantes conheceram pessoalmente os lugares citados. “Nas aulas práticas, com visitas a um engenho, por exemplo, eles puderam ver o que aprenderam em sala de aula.”
O reconhecimento do trabalho pelo Prêmio Educador Nota 10 foi, segundo a professora, a resposta ideal aos esforços que ela faz desde quando ingressou na rede municipal. “Ser classificada como finalista é uma forma de estimular nosso trabalho”, ressaltou. Com 18 anos de experiência como professora, Vaneza mudou a forma de dar aulas há dois anos, para se aproximar dos estudantes. “Estou nesta escola (Municipal Prefeito Amaro Alves de Souza) há dois anos. Quando cheguei, percebi as carências da unidade escolar. Os alunos tinham muitas dificuldades de leitura e escrita. Tive que adaptar meus métodos a essa realidade.”
"As cores contra o preconceito racial"
Quando o professor de artes da Escola Conviver Anderson Pinheiro, 38
anos, pedia para os alunos das primeiras turmas do ensino fundamental -
crianças com idades entre 7 e 11 anos - desenharem figuras humanas, os
retratos pareciam iguais. Sem identidade, os bonecos seguiam o mesmo
padrão. Cabelo liso, pele clara, boca e nariz finos. “Certo dia ouvi um
aluno pedindo o lápis ‘cor de pele’ ao colega e, rapidamente, um tom
rosado foi entregue a ele. Aquilo me deixou preocupado”, lembrou. Assim
surgia o projeto Qual a cor da cor de pele?, finalista do Prêmio
Educador Nota 10.
Temas como preconceito racial, diversidade étnica, julgamento pela aparência física eram trabalhados com pincéis, aquarelas e papéis. Enquanto ensinava os alunos a retratar de forma mais fiel as figuras humanas, o professor fez as crianças se verem diferentes pela primeira vez.
Temas como preconceito racial, diversidade étnica, julgamento pela aparência física eram trabalhados com pincéis, aquarelas e papéis. Enquanto ensinava os alunos a retratar de forma mais fiel as figuras humanas, o professor fez as crianças se verem diferentes pela primeira vez.
“Quando algumas crianças pegavam lápis
mais escuros para pintar a pele, eram repreendidos por outros colegas.
Isso precisava mudar”,
disse o professor.
Uma “tabela de cores humanas” foi estudada pelos alunos, com diversas possibilidades de cores. “Usávamos as tintas e começamos a misturá-las para formar os diferentes tons de pele. As crianças também foram estimuladas a desenhar diferentes formatos de bocas, olhos, nariz. Fazendo os retratos e autorretratos, eles perceberam as diversas representações que as pessoas podem ter”, concluiu.
Fonte:
Premio professores do Brasil
Diário de Pernambuco
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