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09/01/2017

Raios


Brasil é líder mundial na incidência de raios por ano


País registra 50 milhões de descargas elétricas por ano. Segundo o Inpe, raios mataram 1.790 pessoas entre 2000 e 2014

A primavera e o verão, as estações mais quentes do ano, são também um período de alerta para a população brasileira. Isso porque 90% dos 50 milhões de raios que caem no Brasil são registrados neste período. O País é líder mundial na incidência deste fenômeno, que provocou a morte de 1.790 pessoas entre 2000 e 2014, segundo o Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A cada 50 mortes por raio no mundo, uma acontece no Brasil.
Para se ter uma ideia, a descarga gerada por um relâmpago tem intensidade mil vezes maior que a corrente elétrica que passa por um fio de chuveiro elétrico. As temperaturas de um raio podem chegar a 30 mil graus Celsius (30000ºC), cinco vezes mais elevada que a da superfície do Sol.

"A maioria delas [mortes] acontece em campos abertos, como áreas de agricultura, campos de futebol e na praia, principalmente por correntes indiretas dos raios, que vêm pelo chão.
O perigo não é só o raio em si, mas a corrente elétrica que pode ser descarregada no solo", explicou o coordenador do Elat, Osmar Pinto Junior. 

A prevenção continua sendo o principal meio para evitar mortes provocadas por raios.

Durante as tempestades, deve-se evitar locais altos, sentar embaixo de árvores ou deitar no chão. A pessoa também deve manter distância de locais com poças de água e objetos que possam conduzir a eletricidade, como linhas de energia e cercas de arame farpado.

Monitoramento
Diante desse quadro, o Elat (Grupo de Eletricidade Atmosférica) desenvolveu uma rede de sensores que monitora a ocorrência de raios em todo o território brasileiro, chamada Rede BrasilDAT. Na página da unidade, é possível acompanhar em tempo real os dados coletados por cerca de 70 sensores espalhados pelo País que detectam a radiação eletromagnética emitida pelos raios.
O Elat também trabalha para disponibilizar ao público o serviço de previsão de raios com 24 horas de antecedência. A ferramenta foi testada em caráter piloto nos dois últimos verões e está sendo aperfeiçoada pela equipe de pesquisadores para restringir a área de ocorrência das descargas elétricas.

"Essa metodologia foi desenvolvida por dez anos, e a estamos aperfeiçoando para conseguirmos chegar a uma margem de 15 quilômetros de área. Hoje, temos uma mensuração de uma área bem maior, de quase cem quilômetros. Com a otimização da ferramenta, o cidadão vai ficar melhor informado", disse.

Como se formam
As tempestades de raios têm maior incidência durante os meses de primavera e verão por causa do choque de massas de ar com temperaturas diferentes. O ar fica mais quente e é mais facilmente transportado para as camadas superiores da atmosfera. A partir de cinco quilômetros de altura, ele começa a formar cristais de gelo no interior das nuvens.
O choque das partículas dentro das brumas deixa os átomos eletricamente carregados, dando origem a uma faísca que dá início ao raio. À medida que a fagulha se aproxima do solo, inicia-se uma descarga do chão para a nuvem. Quando as duas se unem, acontece o raio.

Aumenta índice de raios nas praias brasileiras; aprenda como se proteger
Nesta época do ano (primavera e verão), aumenta o perigo dos raios em todo o Brasil. Só nesta semana, foram vários casos registrados, como o flagrante impressionante em que uma descarga elétrica atingiu um turista na praia. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais apontam que cerca de 50 a 60 milhões de raios caiam no país todos os anos. Mas você sabe como se proteger em situações semelhantes? Veja o alerta!





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