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quarta-feira, 7 de junho de 2017

Ubuntu 16.04 LTS (Xenial Xerus) - Parte II


review-do-ubuntu


Ubuntu 16.04 LTS (Xenial Xerus)

(Parte 2)



Foi vista as novidades do Ubuntu em relação ao seu  
1 - processo de instalação, 2 - consumo de recursos, 
3 - pesquisas on-line desativas por padrão (os "spywares", segundo Richard Stallman) e a  
4 - compatibilidade com os pacotes Snap.
Agora vamos conhecer os novos recursos da versão 4.4 do (Kernel 4.4) utilizado, especificidades em relação às GPUs da AMD, extras e como essa versão é importante para outras distros, completando as principais informações sobre essa nova versão da distribuição mais popular do Linux.

O Kernel 4.4 e extras
As atualizações dessa versão do Kernel Linux incluem duas, digamos, "classes" de atualizações.
  • A primeira delas atinge diretamente a vida do usuário (sistema doméstico)
  • enquanto a segunda é mais voltada para sistemas corporativos e casos específicos. 

Vale deixar claro também que esta versão não é a mais recente (e sim a versão 4.6), com a versão 4.5 já classificada como estável. Por que escolher o Kernel 4.4? Pois ele foi criado para ser suportado em longo prazo (Kernel LTS), sendo a versão mais recente disponível no anúncio oficial do Ubuntu, sendo a mais atual e recomendada para uma versão LTS do sistema.

Do lado do usuário (doméstico), foram realizados mais de 2.400 correções de segurança e de bugs de funcionamento, com a adição do suporte melhorado para os processadores de sexta geração da Intel e para dois equipamentos voltados para gamers:
  • o teclado Corsair Vengeance K90 e 
  • o volante G29 da Logitech. 

Tem-se também a correção da criptografia para os sistemas de arquivos Ext4, ainda que poucos usuários domésticos realmente usem esse recurso, e aos notebooks Toshiba mais recentes, que trazem componentes de hardware específicos.

Outras atualizações mais específicas incluem
  • suporte melhorado para máquinas virtuais do tipo KVM 
  • suporte para processadores desktop (x86)
  • melhorias no RAID 0 para sistemas formatados como Btrfs
  • suporte para o chipset de som Intel Lewisburg (somente de 2017 em diante), 
  • suporte para o controle remoto Google Fiber TV (ainda não disponível no Brasil) e 
  • atualizações melhoradas ao sistema de arquivos XFS.

Sobre o suporte de GPUs AMD
Más notícias para quem tem uma placa de vídeo da AMD, seja desktop ou notebook, seja dedicada ou onboard (no caso das APUs): não há suporte para o driver proprietário até o momento, o bastante conhecido fglrx, já que ele não é suportado pela versão do XServer, servidor de interface gráfica do sistema. Não adianta tentar compilar por conta própria, já que quem tentou enfrentou o mesmo problema, sendo necessário usar a alternativa de código livre, que infelizmente não oferece o mesmo desempenho e otimizações da versão proprietária.

Ou seja, se você tem uma placa de vídeo da AMD, é bom esperar um pouco até que a fabricante ofereça um driver apropriado, mas não há um impedimento para quem tem uma placa de vídeo da NVIDIA (o máximo que pode acontecer é você  ter que baixar uma versão mais atualizada, dependendo do modelo, fora das opções padrão do Ubuntu) ou para quem use gráficos integrados da Intel. É uma má notícia, de fato, em especial para quem usa o Ubuntu como máquina principal de jogos ou de produção de conteúdo, mas não deve demorar muito para a AMD liberar uma atualização

Nada de Unity 8 e Mir?
Apesar dos rumores prevendo o update, o Ubuntu 16.04 ainda vem com a versão Unity 7 (interface gráfica 7.4, precisamente), e não com a Unity 8, versão que inaugurará a famosa "convergência" de desktops do Ubuntu. Não chega a ser algo ruim, além de fazer sentido dentro da proposta LTS dessa versão, já que preza pela estabilidade acima de tudo, além de trazer refinamentos e exigir menos recursos de hardware, como foi dito na primeira parte.Não é certo se eventualmente ele atualizará para a versão Unity 8 dentro do seu ciclo de vida (o Ubuntu 12.04 com certeza não atualizará), mas ele não é a versão padrão dessa versão.

O Unity 8 (interface gráfica) já foi previsto em diversas versões, e agora a bola da vez é o Ubuntu 16.10 (Yakkety Yak), algo que faz bastante sentido, já que é uma versão que tem um suporte por menos tempo, sendo algo mais apropriado. Inaugurá-la em uma versão anterior à 16.4 também causaria um certo problema para a Canonical, já que obrigaria a empresa a continuá-lo nessa versão mesmo que ela não possa ser considerada completamente estável. O mesmo vale para o Mir, novo gerenciador de interface.

De qualquer forma, você pode experimentar ambos instalando-os separadamente para experimentar seus novos recursos, mas é difícil imaginar que a Canonical atualize o 16.04 com o Unity 8 e o Mir dentro do seu ciclo de vida, já que poderia causar incompatibilidades para usuários e empresas. Mas, ao que tudo indica, ambos serão padrão no Ubuntu 18.04.

Uma nova geração de distros
Um novo Ubuntu LTS não é apenas importante por si só, mesmo sendo uma das distros mais populares e carismáticas dentro do universo Linux. Ele também dá a largada para que outros sistemas sejam criados a partir dele, e não estamos dizendo apenas variações, como o
  • Xubuntu (XFCE), 
  • Lubuntu (LXDE), 
  • Kubuntu (KDE), 
  • Ubuntu GNOME e 
  • Ubuntu MATE

que são basicamente o mesmo sistema, mas trazendo interfaces gráficas particulares. A exceção é o Ubuntu MATE, que traz apenas 3 anos de suporte (suporte mais curto), e não 5, como as outras versões.

Entre os sistemas que usam o Ubuntu como base (que, por sua vez, é baseado no Debian. Lembra Inception, não?), temos os populares Deepin e o Elementary OS, ambos com suas próprias interfaces gráficas particulares e que ganharam bastante participação de mercado nos últimos anos. Mais interessante ainda é o Linux Mint, provavelmente uma das poucas distros que podem concorrer com o Ubuntu em popularidade, e que passou a trabalhar somente com versões LTS do Ubuntu (atualmente só temos as versões 13 e a 17, baseadas nas versões 12.04 e 14.04, respectivamente). Ou seja, vamos aguardar as próximas semanas (ou os próximos meses).

Conclusão
Essa nova versão do Ubuntu é um upgrade merecido, em especial quando considerado a quase completa ausência de novidades da versão 15.10, praticamente anunciada para cumprir a agenda de anúncios semestrais. Os refinamentos visuais e menor consumo de recursos são perceptíveis, assim como a escolha de elementos focados em estabilidade, caso do Kernel 4.4 e opção de manter o Unity 7, certamente algo bem vindo para quem preza por estabilidade e não se preocupa tanto com atualizações que possam causar instabilidades, isso sem deixar de lado o suporte para os pacotes Snap.

As versões LTS nunca focaram em oferecer recursos de ponta, mas sim trazer o que há de mais moderno e estável. No entanto, a última finalmente trouxe uma atualização para a loja de apps do Ubuntu, que estava abandonada há algum tempo. Recursos experimentais, ou ainda em fase de desenvolvimento, fazem muito mais sentido nas versões não-LTS, anunciadas semestralmente, e a estratégia de testar tanto o Unity 8 quanto o Mir nas próximas versões (16.10, 17.04 e 17.10) dará tempo para a Canonical realizar todos os testes necessários para anunciá-los de forma estável na próxima versão LTS, a 18.04.

Além disso, ainda este ano veremos novas distros baseadas no Ubuntu chegando ao mercado, um ganho secundário dessa nova versão que acaba beneficiando usuários de outros sistema "por tabela". Ainda que as distros Linux, de uma forma geral, ainda tenham uma pequena participação de mercado, o Ubuntu 16.04 mantém a plataforma viva e a pleno vapor.

Confira:
Ubuntu-1604-lts-xenial-xerus-parte-i

Fonte:
Kernel newbies
Canaltech
Ninja do Linux

terça-feira, 6 de junho de 2017

Ubuntu 16.04 LTS (Xenial Xerus) - parte I


Canonical-launches-Ubuntu-16-04-2-LTS


Ubuntu 16.04 LTS (Xenial Xerus)


O que há de novo no Ubuntu 16.04 LTS (Xenial Xerus)? (Parte 1)

Seguindo o calendário previsto pela Canonical, o Ubuntu 16.04 já pode ser baixado e instalado por qualquer usuário, e brincando com ele durante alguns dias para tirar as conclusões sobre essa nova versão, de codinome Xenial Xerus. Uma versão bastante aguardada, por sinal, já que se trata de uma versão LTS (Long-Term Support), liberada a cada 2 anos e com suporte garantido por 5 anos, uma boa notícia para quem preza por estabilidade e realiza ciclos maiores de atualização e adequação de software.





A CPU fica abaixo da recomendada pela Canonical, que sugere um modelo dual-core de 2,0 GHz. Não se preocupe com isso, já que é uma recomendação bastante genérica, não especifica nem a fabricante do processador. Uma coisa é ter um processador Atom dual-core de 2,0 GHz, que é bastante inferior até mesmo ao Core i3 ULV utilizado nos testes; outra é ter uma configuração mais antiga com mais poder de fogo, mais capaz de realizar operações por ciclo de clock.

Instalação
O processo de instalação, desconsideradas algumas pequenas mudanças visuais, é praticamente idêntico aos das versões anteriores, sendo um dos melhores instaladores disponíveis entre todas as distros Linux. São etapas bastante simplificadas, com a escolha de idioma, layout do teclado e fuso horário, com a parte mais difícil sendo reservada para o particionamento do disco. A ISO agora tem 1,4 GB (Ubuntu), então é necessário usar uma mídia de DVD ou um pendrive de pelo menos 2 GB (no mínimo).

Download do Ubuntu 16.04 LTS;
Essencialmente, são apenas duas partições necessárias:
1 - uma do tipo ext4 formatado como raiz ("/") para os arquivos de sistema e pessoais, e
2 - a partição SWAP, que pode variar em tamanho dependendo da quantidade de memória RAM.
Caso tenha um computador mais novo, é necessário criar uma partição EFI para que o sistema inicialize, e se você pretende manter seus arquivos em uma partição separada, não perdendo-os quando trocar de distro, basta dimensionar uma outra partição tipo ext4 como Home ("/home").

Todo o processo (de instalação) dura cerca de 15 minutos, já contando o tempo de atualizações e downloads durante a instalação. Terminado o processo, basta reiniciar e remover a mídia (seja um DVD ou o pendrive).

Desktop rápido e livre de spywares (vírus espião)!
Um dos grandes "problemas" das versões anteriores do Ubuntu era a exigência gráfica por parte do Unity, interface gráfica padrão da distro.
Processadores raramente são insuficientes para rodar a maioria das distros, mas a coisa pegava ao renderizar componentes 3D e transparências, em especial em máquinas com gráficos integrados mais básicos. No caso, mesmo com o Intel HD 4000 e uma resolução padrão até bastante alta, percebe-se um polimento e "corte de gordura" nessa versão, se mostrando um sistema muito mais responsivo do que a versão anterior.

Dizendo isso apesar de utilizar um SSD até bastante competente (para a análise), já que utilizada um SSD em praticamente todas as análises feitas do Ubuntu. Nota-se também uma abordagem mais "chapada" em todo o sistema de uma forma geral, desde o gerenciador de arquivos até a loja de aplicativos do Ubuntu (Ubuntu Software Center), que ficou muito mais espartano, o que certamente alivia a exigência gráfica para uma boa experiência de uso.

Outro fator que contribuiu para isso foi a pesquisa on-line desativada por padrão, o que certamente agradou Richard Stallman, fundador da Free Software Foundation, que classificou esse recurso como um "spyware" quando implementado na versão 12.10, que enviava informações para a Canonical e seus parceiros. Não somente ele, aliás, mas uma boa parte dos fãs do sistema da Canonical, já que só retornava resultados depois de consultar diversos sites e mecanismos de buscas.

A desativação por padrão fez com que o dash (painel de controle Ubuntu) ficasse muito mais rápido, além de não oferecer resultados de suas buscas para sites previamente configurados, muitas vezes à toa. Independentemente de alguns verem esse recurso como um "spyware", é bom que ele fique desativado por padrão, oferecendo a escolha para os usuários se querem utilizá-lo ou não (Configurações -- Segurança e Privacidade -- Aba "Pesquisa"), algo extremamente bem vindo para marinheiros de primeiras viagem, que não conseguem detectar rapidamente o motivo da lentidão da máquina, culpando o sistema operacional.

Voltando ao visual, o Ubuntu Software Center, agora sem o "Center" (Ubuntu Software), sofreu uma bela remodelação visual. Basicamente, é apenas uma página com fundo cinza e os ícones dos programas com uma pequena descrição, divididos em categorias gerais ao final. Ao clicar no programa, a janela que abre apenas oferece uma breve descrição sobre o que o programa faz, bem como sua versão, tamanho e avaliações. Estranhamente, não há mais screenshots dos programas, o que é um problema para usuários mais básicos que querem conhecer novos aplicativos.

O gerenciador de  arquivos está mais integrado com o dash e as pesquisas de arquivos pelo nome, agora adotando a barra de rolagem flutuante (aparece somente quando você passa o ponteiro do mouse por cima), e um visual mais próximo do gerenciador de arquivos da interface gráfica GNOME. Os ícones são os mesmos utilizados há várias versões do Ubuntu, uma boa notícia para quem vai fazer o upgrade a partir da versão 14.04 LTS (provavelmente o principal alvo dessa nova versão) e não quer perder a sensação de familiaridade.

Pacotes Snap
Um dos maiores updates do Ubuntu 16.04 LTS é, digamos, invisível. Trata-se da adoção dos pacotes Snap para instalar e manter arquivos, mas é importante entender como esse gerenciamento funciona atualmente para ver como essa mudança é importante. O gerenciador com que todos estão acostumados é o APT, que faz um bom trabalho instalando e mantendo os aplicativos. Tanto no terminal quanto na interface gráfica, quando optamos por instalar um programa e ele precisa de pacotes adicionais, você precisa permitir a instalação deles para que ele funcione.

Até aí, sem problemas. Alguns aplicativos exigem somente um ou dois pacotes extras, enquanto outros exigem dezenas ou mesmo centenas, que são prontamente instalados e, normalmente, não geram conflitos. Os problemas acontecem quando os pacotes de base compartilhados entram em conflito, o que não chega a ser um problema em módulos mais simples, como o compilador do Python, mas passa a causar danos quando ele é utilizado em todo o sistema, caso do Xorg.

O Snap resolve isso instalando programas dentro de containers, impedindo que dois pacotes de versões diferentes interfiram no funcionamento um do outro, ou mesmo do sistema de uma forma geral. Ao mesmo tempo, ele instala esses pacotes apenas uma vez, de forma que dois programas que exijam o mesmo pacote base não tenham ele instalado duas vezes. Não é algo restrito ao Ubuntu, já que várias distros estão migrando para os pacotes Snap, e o APT não deixa de existir a princípio, já que é necessário que os aplicativos também passem a usá-lo.

Ou seja, ele está lá, mas ainda não é o padrão. Isso não tira a sua importância, já que se trata de uma versão LTS, e muita coisa vai acontecer dentro de 5 anos até que a versão 16.04 pare de ser suportada. Basta considerar que a versão 12.04 LTS ainda é suportada pela Canonical, suportando muita coisa que não era previsa inicialmente sem oferecer o risco de quebrar compatibilidade.

Continua na segunda parte (a análise do Ubuntu 16.04 LTS), explorando Kernel 4.4, base para outras distros, problema com as GPUs da AMD, recursos avançados e a conclusão geral

Fonte:
Ubuntu - releases
Ubuntu desktop
Viva o Linux
Ubuntu Software Center
Canaltech
Notebookcheck

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