IGB Eletrônica S.A. (português para IGB Electronics), fazendo negócios como Gradiente, é uma empresa brasileira de eletrônicos de consumo sediada em Manaus e com escritórios em São Paulo. A empresa projeta e comercializa muitas linhas de produtos, incluindo vídeo (por exemplo, televisores, DVD players), áudio, home theater, acústica de ponta, estéreo de escritório e móvel, wireless, celulares/smartphones e tablets para o mercado brasileiro (CCE, Toshiba, Gradiente e Sharp: o que aconteceu com as marcas de eletrônicos famosas no passado).
A empresa foi fundada em 1964. Em 1993, eles fundaram a Playtronic, uma subsidiária integral que licenciou a fabricação de consoles Nintendo no Brasil (As novas indústrias culturais da América Latina ainda jogam jogos antigosDa República das Bananas a Donkey Kong), e enquanto publicavam jogos para vários sistemas, eles também forneceram traduções para o português de alguns jogos (entre eles, South Park e Shadow Man para o Nintendo 64). No entanto, eles interromperam a parceria com a Nintendo em 2003 por causa do alto preço do dólar na época.
Em 1997, a Gradiente estabeleceu uma joint venture (consórcio) com a empresa finlandesa de fabricação de telecomunicações Nokia, onde foi concedida a licença para fabricar variantes de telefones celulares Nokia localmente sob as marcas Nokia e Gradiente (Nokia adquire participação da Gradiente na joint venture brasileira de fabricação NGI).
História
Durante a década de 1970 e parte da década de 1980, o foco da empresa foi atender o mercado de produtos de áudio sofisticados. Seus equipamentos eram modulares consistindo-se de amplificadores, receptores, toca-fitas (cassette decks), toca-discos
e etc. A Gradiente não oferecia aparelhos populares do tipo 3-em-1,
isto é, aparelhos nos quais rádio-amplificador, toca fitas e toca discos
são conjugados num único gabinete.
Esta filosofia, aliada às campanhas publicitárias, à imagem de
modernidade com o lançamento de novos produtos como o toca-discos ótico (CD player) ou digitais e a substituição periódica de linhas de equipamentos (obsolescência programada), consolidaram a marca como uma das mais importantes no setor de eletroeletrônicos do Brasil.
Em 1978, a empresa lançou, como uma alternativa mais sofisticada aos
3-em-1, o conceito que chamou de “system”: um conjunto de equipamentos
que consistia de receptor, toca-discos, toca fitas e um par de caixas acústicas vendidos num único pacote. Os equipamentos eram baseados nos aparelhos modulares, com pequenas diferenças de acabamento.
Em 1981, a empresa tomou a iniciativa de padronizar a largura e o
projeto dos equipamentos modulares de forma que eles poderiam ser
livremente escolhidos e empilhados harmoniosamente, formando conjuntos
ao gosto do comprador. Este conceito recebeu a designação comercial
"compo", uma abreviação de "componente", pois cada equipamento era um
componente do sistema.
Para a empresa, havia a vantagem de se pagar um único imposto sobre
todo o pacote. Foi uma ideia bem-sucedida e a cada 2 anos,
aproximadamente, a Gradiente atualizava a linha. Os systems duraram até cerca de 1988 quando a empresa passou a se concentrar nos equipamentos conjugados.
A Gradiente foi fundada em outubro de 1964, no bairro de Pinheiros,
em São Paulo. Ela já mostrava potencial quando lançou em 65 um dos
primeiros amplificadores do Brasil (STA-950). Em 1970 e ainda uma pequena loja e fabricante de eletrônicos, a
Gradiente é comprada pelo empresário Émile Staub. Logo em seguida, quem
assume o comando é o filho dele, Eugênio Staub, já atuando ao lado dos
cofundadores originais, Nelson Bastos e Alberto Salvatore.
Em 1972, ela começa com ações que serão bem comuns daqui pra frente:
comprar e se aliar a outras marcas. Nesse caso, foi uma parceria com a
JVC (Gradiente firma joint com a japonesa JVC) e a compra da Selectrix, empresa da área de transmissão de TV.
A era dos video-games
A segunda marca é a Polyvox, que tinha
como engenheiro o Alberto Salvatore e era concorrente direta da
Gradiente. Com a nova dona, ela fez sistemas 3 em 1 e radio gravadores.
Mas claro que o principal produto dela foi mesmo o console Atari 2600 (Uma versão "wood veneer" de quatro interruptores do Atari 2600),
licenciado pela Warner em 1983. O mercado de games no Brasil ainda era
bem jovem, e trazer o Atari foi um ótimo acerto. O país já tava cheio de
clones de outras marcas e Ataris importados mas o selo de original
transformou o console em sensação. Foi o primeiro console de muitos
brasileiros.
Só que a marca Polyvox enfraqueceu com o tempo e a Gradiente começou a
abandonar ela na década de 90 até deixar de usar ela de vez. Tem muita
gente que diz que esse foi um dos grandes erros que vão cobrar seu preço
mais pra frente. Pra saber mais sobre toda essa época dos games, a
gente recomenda o excelente documentário 1983 o ano dos videogames no
Brasil (Documentário explica importância de 1983 para chegada dos consoles no Brasil)
Em 89, a Gradiente volta a investir em games com o Phantom System. O
console era o mais famoso clone brasileiro do Nintendinho e vendeu muito
bem, inclusive com a fabricação de cartuchos piratas.
Ela volta a cruzar caminhos com a Nintendo só em 93, mas agora
legalizada. Em uma parceria com a fabricante de brinquedos Estrela
chamada Playtronic, ela lança oficialmente no Brasil consoles e
cartuchos da marca japonesa.
Na lista estão o Nintendinho, o Game Boy, o super Nintendo e o Nintendo 64. Três
anos depois, a Gradiente compra a parte da Playtronic que pertencia à
Estrela e transforma a marca em Gradiente Entertainment. O fim do
casamento com a Nintendo é em 2003, por alta taxa de impostos e
pirataria.
A disputa entre as marcas Apple e Gradiente pela marca iPhone no
Brasil – que agora está na pauta do Supremo Tribunal Federal (STF) – se
arrasta desde 2013. As duas companhias travam uma batalha para saber
qual empresa pode usar a marca iPhone.
Nas instâncias inferiores, a Apple sempre ganhou a disputa. Mas, no
STF, a Gradiente largou na frente: o relator do processo, ministro Dias
Toffoli, deu voto favorável à empresa brasileira, em um julgamento no plenário virtual que começou na sexta-feira, 2, e vai até o dia 12 de junho.
O argumento da Gradiente, hoje chamada de IGB Eletrônica, é que pediu
o registro da marca “Gradiente Iphone” no ano 2000, sete anos antes do
lançamento oficial do smartphone da Apple. Esse registro foi concedido
pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) em 2008. Há dez
anos, a gigante americana entrou com pedido para que esse registro
fosse cancelado.